Revolução de 1946 no Haiti
A Revolução de 1946 foi uma série de manifestações populares no Haiti ocorridas em janeiro de 1946, que culminaram na deposição do presidente mulato Élie Lescot pelo exército.[1][2] Neste mesmo ano elegeu-se Dumarsais Estimé, o primeiro líder negro do país desde a ocupação americana.[3] AntecedentesDesde a invasão americana ao Haiti em 1915, o estado haitiano foi dominado pelas elites mulatas.[4] Surgiram nesse período dois movimentos políticos de oposição ao domínio mulato, o marxismo e o noirisme.[5] Em 1941, chegou a presidência o mulato Élie Lescot. O presidente Lescot governou o Haiti sob lei marcial, com a justificativa da declaração de guerra do país contra o Eixo. Assim com amplos poderes, ele censurou a impressa e reprimiu seus oponentes.[6][7] EventosEm janeiro de 1946, o regime de Lescot ordenou o fechamento do jornal marxista La Ruche e a prisão de seus editores. Está ação precipitou que os jovens haitianos a se rebelarem contra o governo.[8][6] Em 7 de janeiro teve início manifestações atualmente conhecidas como Cinq Glorieuses (os cinco dias gloriosos), um movimento de greves estudantis e protestos populares que duraram cinco dias.[4][1] O movimento foi constituído por estudantes, trabalhadores, marxistas e noiristes.[9][10] Houve choques entre as forças leais a Lescot e os manifestante, porém a garde haitiana, predominante negra e alienada pelo regime mulatista, aderiu ao movimento popular.[6][11] Em 11 de janeiro, o presidente Élie Lescot é cercado e sofre um golpe militar, ao qual é preso e posteriormente exilado.[2][10] Assumiria no poder o Comitê Executivo Militar, uma junta de governo formada pelo coronel Franck Lavaud, o major Paul Magloire e o major Antoine Levelt.[6][11] A junta se comprometeu a realizar eleições, as quais ocorreram em agosto e elegeram o político negro Dumarsais Estimé.[10][6] Referências
Bibliografia
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